Com a vigência da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), a privacidade e a proteção de dados pessoais ganharam destaque nas discussões de empresas e organizações. Além de regulamentar como as empresas podem coletar, armazenar e tratar dados, a LGPD também define as bases legais que legitimam o tratamento de dados pessoais. Neste post, vamos entender essas bases e como elas impactam as operações e o compliance das empresas.
O que são Bases Legais?
As bases legais são fundamentos que autorizam uma empresa a tratar dados pessoais, garantindo que o processo seja feito de forma lícita e em conformidade com a LGPD. Ao selecionar a base legal adequada, as organizações demonstram o compromisso com o uso ético e seguro dos dados.
As 10 Bases Legais da LGPD
Abaixo, destacamos as 10 bases legais previstas na LGPD (Lei n° 13.709/2018), de acordo com o Art. 7º:
Consentimento do Titular
O consentimento ocorre quando o titular dos dados (pessoa física) autoriza explicitamente o tratamento de seus dados para uma finalidade específica. Esse consentimento precisa ser claro, informado e dado de forma livre.Cumprimento de Obrigação Legal ou Regulamentar
Essa base é utilizada quando o tratamento de dados é necessário para que a empresa cumpra uma obrigação prevista em lei ou regulamento. Exemplo: o envio de dados de funcionários ao INSS.Execução de Políticas Públicas
Aplicável quando o tratamento é realizado pelo setor público para implementar políticas públicas previstas em leis, regulamentos ou em contratos de concessão e parcerias com empresas privadas.Realização de Estudos por Órgão de Pesquisa
Permite o tratamento de dados pessoais quando necessário para a realização de pesquisas, estudos e levantamentos, desde que respeitem a anonimização e proteção dos dados.Execução de Contrato
Essa base é utilizada quando o tratamento de dados é necessário para a execução de um contrato do qual o titular dos dados é parte, ou para a adoção de medidas pré-contratuais.Exercício Regular de Direitos em Processo Judicial, Administrativo ou Arbitral
O tratamento é permitido quando é necessário para que uma das partes possa exercer seus direitos em processos judiciais, administrativos ou arbitrais.Proteção da Vida ou da Incolumidade Física do Titular
Usada em situações de emergência, onde é necessário tratar dados pessoais para proteger a vida ou a integridade física do titular ou de terceiros. Exemplo: em casos de atendimento médico de urgência.Tutela da Saúde
Esta base se aplica principalmente a instituições de saúde que precisam tratar dados pessoais, incluindo dados sensíveis, para proteger a saúde dos pacientes, como hospitais e laboratórios.Legítimo Interesse do Controlador
Essa base permite que o tratamento de dados seja realizado para atender interesses legítimos do controlador, desde que não infrinjam os direitos fundamentais do titular. O legítimo interesse deve ser ponderado, com uma análise de risco para garantir que não afete o titular.Proteção do Crédito
Aplicável quando o tratamento é necessário para proteger o crédito do titular dos dados, especialmente em operações financeiras e de crédito.
Escolhendo a Base Legal Adequada
Escolher a base legal correta é essencial para evitar problemas com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e proteger os dados de forma ética e segura. Cada base legal precisa ser justificada e documentada, de forma a garantir transparência e confiança com os titulares dos dados.
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