Burnout – A Síndrome do Esgotamento Profissional

Vou replicar um post da psicóloga Tatiana Grego, publicado no linkedin sobre o assunto. Julgo ser um tema de extrema importância. É um assunto necessário, porém ainda visto por muitos como um tabu ou até mesmo como um sinal de fraqueza.




A síndrome de Burnout já é reconhecida como doença no Brasil desde 1999.  

Quem hoje em dia não tem um conhecido, familiar, amigo próximo ou do trabalho que nos últimos anos foi diagnosticado com esta síndrome ou começou a apresentar sintomas relacionados à depressão?

A verdade é que vivemos em um momento em que somos bombardeados de informações de todo o tipo a todo o tempo. Muito além do que nosso cérebro é capaz que suportar. O que gera ansiedade e um enorme desgaste mental e emocional.

A literatura relaciona a síndrome de Burnout como sendo relacionada a pressões e estresse relacionados à vida profissional. Mas aqui eu ouso dizer que esta se tornou a doença da vida moderna.

Ansiedade, stress, pressão, vida familiar, pandemia, cumprimento de metas, dinheiro, filhos…

Nunca vivenciamos tantos fatores estressores ao mesmo tempo. O que muitas vezes nos leva a arriscada busca de recompensa e compensação como fuga.

Falar de equilíbrio de vida, por vezes, pode parecer até piada, com tantos afazeres diários.

Ainda assim a verdade é uma só: o que não controlamos, deixamos de lado, pois não há o que fazer. Só temos controle sobre nós mesmos. E o que eu quero dizer com isso?

Buscar uma rotina mais justa se torna necessário para nosso bem estar e consequente saúde mental. Ou isso, ou estaremos fadados a doenças que vão além do Burnout.

As 3 dimensões do Burnout e Sintomas

A síndrome é composta por três dimensões relacionadas entre si, mas que podem ser independentes, são:

  • Exaustão emocional – refere-se ao esgotamento dos recursos físicos e psíquicos por desgaste emocional e resulta em falta de energia e de entusiasmo em relação ao trabalho.
  • Despersonalização (também denominada de cinismo) – é o distanciamento interpessoal, com diminuição do envolvimento emocional no trabalho e do desenvolvimento de atitudes impessoais e desumanizadas no tratamento de clientes e de colegas.
  • Baixa realização profissional – corresponde à dimensão de autoavaliação negativa e relaciona-se à baixa produtividade e a sentimentos de ineficácia e de incompetência, que levam a insatisfação profissional.

Alguns importantes sintomas merecem destaque, pois podem interferir em todas as esferas da vida da pessoa, trazendo prejuízos pessoais e profissionais. 

Vale lembrar que os sintomas da síndrome de burnout podem ser físicos, psíquicos, e/ou emocionais, sendo:

  • cansaço mental e físico excessivo;
  • dores musculares ou osteomusculares;
  • distúrbios respiratórios;
  • imunodeficiência;
  • transtornos cardiovasculares;
  • disfunção sexual;
  • alterações menstruais;
  • comportamento de alto risco;
  • pensamentos suicidas;
  • insônia;
  • dificuldade de concentração;
  • perda de apetite;
  • irritabilidade e agressividade;
  • lapsos de memória;
  • baixa autoestima;
  • desânimo e apatia;
  • dores de cabeça e no corpo;
  • negatividade constante;
  • sentimentos de derrota, de fracasso e de insegurança;
  • isolamento social;
  • pressão alta;
  • tristeza excessiva.

Como confirmar o diagnóstico?

Antes de mais nada, é preciso que a pessoa tenha consciência que está passando por um problema e reconheça que precisa de ajuda para superar as dificuldades que enfrenta no momento.

Amigos, familiares e colegas de trabalho têm um papel importante neste momento. 

O psicólogo e o psiquiatra são os profissionais que realizam o diagnóstico da síndrome por meio de diálogo, que envolve a análise do histórico e do relato da sua relação com o trabalho e a realização profissional.

Como é o tratamento?

O tratamento deve ser conduzido pelo psiquiatra que irá recomendar o uso de medicamentos para tratar de seus sintomas e terapia.

As medicações atuais são modernas, mas podem causar efeitos colaterais, logo respeite o tratamento e mantenha uma linha aberta de contato com o médico para que você possa relatar o seu progresso. E se necessário ajustar a medicação ao longo do caminho, o que pode ser muito comum. 

Sugiro ter um caderninho para anotar os sintomas físicos e emocionais, isso pode ajudar a te lembrar de tudo na hora da consulta.

Para complementar o tratamento medicamentoso e o acompanhamento psicológico, é importante que a a pessoa se cerque do apoio de sua rede de apoio. Familiares, amigos e colegas de trabalho são importantes para que sua recuperação seja completa.

E como dito, é preciso refazer alguns hábitos e atitudes, como forma de evitar que a síndrome de burnout continue a trazer transtornos.

Como lidar com a pessoa com Síndrome de Burnout?

Pergunte! 

Pergunte como esta pessoa gostaria de ser ajudada?

Não tente agradar achando que você pode resolver o problema.

Se a pessoa apenas pedir espaço, respeite. Saiba que não é pessoal, caso ela não queira muito contato num primeiro momento. Apenas se mostre presente e disponível.

Tenha em mente que além de lidar com os sintomas que não nada fáceis de conviver. Se saber doente é um momento de luto.

Entendo que o tema doença mental assusta.

Palavras como terapia e psiquiatra então… nem se fala. 

Saiba que tratar doenças do cérebro é como tratar uma doença do coração ou da pele, talvez esse entendimento ajude a amenizar. E entender que é um problema como outro qualquer. 

Não é digno de vergonha e muito menos de se fazer acreditar que a pessoa é fraca ou menos que qualquer outra por isso. 

Lembre-se que a medicação é necessária e pode salvar a sua vida ou de alguém próximo a você. 

Como evitar?

Evitar sempre é mais fácil do que tratar!

Para evitar que a síndrome de Burnout se instale, considero importante estar presente para 4 pontos essenciais:

  • Investir em autoconhecimento – um bom terapeuta pode de auxiliar nessa jornada! Trabalhar seu autoconhecimento pode ajudar a não cair em ciladas da vida e também a lidar com as pessoas e situações ao seu redor de forma mais eficaz.
  • Exercícios físicos – Ajudam o corpo e a mente a gerarem energia e manter o seu funcionamento saudável; 
  • Cuide da sua Alimentação – Fará com que seu corpo tenha os nutrientes necessários para suportar a rotina;
  • Meditação – Exercícios de mindfullness. Não é balela, acredite. Existem diversos apps que você tem autonomia sobre o tempo dos exercícios que podem ser guiados ou livres. Comece com 5 minutos e vai aumentando de acordo com a sua necessidade e disponibilidade. 

Pense nisso!

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