Liderança tóxica consciente

A expressão “Seja líder; não seja chefe.” é antiga. Segundo apontado em uma matéria do site G1, uma pesquisa realizada pela consultoria Michael Page comprovou que “8 em cada 10 profissionais pedem demissão por causa do chefe”. Ser “chefe” é sinônimo de ser tirano, autoritário e repugnante.




Por que, então, insistir neste estilo? Por que ignorar que vivemos na era da experimentação, das escolhas livres e da liberdade plena de expressão, onde o direito de ir e vir é plenamente exercido e só criam raízes aqueles que se sentem respeitados, ouvidos e felizes na profissão?

Dentre as formas tóxicas intencionais mais abrangentes, temos: 

Falta de respeito

Desrespeitar é, por definição, faltar com consideração ou com atenção a alguém. 

Sempre que você ignora a fala de um liderado, seja por distração ou por estar com outros assuntos mais importantes na cabeça, você está faltando ao respeito com ele (a). E quando você interrompe a fala da pessoa, você demonstra não considerá-la digna de ser ouvida. Mais sérias ainda são as situações em que você desmerece a pessoa por sua religião, cor, raça, partido político ou opção sexual.

 Para não cometer esses erros, lembre-se de como se sentiu quando seus líderes o trataram com respeito. Ative na memória o quanto se sentiu confiante e capaz todas as vezes em que suas opiniões foram respeitadas. Mantenha-se atento(a) ao fato de que posições são transitórias e que ninguém, em nenhuma instância, gosta de ter sua individualidade desrespeitada. 

Apropriação de ideias

A apropriação de ideias é um ato comum entre líderes tóxicos. 

Acontece quando o líder apresenta um problema para a equipe resolver e, uma vez solucionada a questão, ele se apropria da solução como se fosse de sua autoria. Desta forma, isola a equipe da alta gestão e não dá o crédito ao devido autor, seja por receio de perder a função para o verdadeiro solucionador, seja por querer se promover às custas do esforço de outros.

O que deve ser pensado antes de agir desta forma é que, cada vez mais, o círculo profissional está ampliado. Sendo assim, a reputação do mau líder é igualmente ampliada, dificultando a colaboração, a transparência e a motivação daqueles que interagem com ele.

Assédio

Assédio é, dentre todos os erros da liderança, o mais grave. 

Além de todas as implicações jurídicas que este erro pode causar a quem o comete, o assédio ultrapassa o limite tênue da falta de  respeito e violenta diretamente o interlocutor, o qual se sente (e, de fato, é) ofendido, humilhado ou perseguido.

É comum a palavra “assédio” remeter ao contexto moral (praticado quando alguém é exposto à humilhação constantemente) ou sexual (caracterizado pelo ato de constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual). Entretanto, existem outras formas de assédio:

  • Verbal – situações em que ocorrem xingamentos, insultos e/ou ameaças ao outro;
  • Virtual – executado pelo uso da tecnologia com o intuito de ofender, causar danos ou ameaçar alguém;
  • Psicológico – o famoso “terror psicológico”, muito praticado por quem estimula o medo no interlocutor para obter vantagem ou resultado.

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